Artesãos do Ceará foram destaque na exposição-feira Arte dos Mestres em São Paulo

O mestre Espedito Seleiro e o artesão José Lourenço foram os representantes do Ceará na segunda edição da exposição-feira Arte dos Mestres, que aconteceu Espaço State, em São Paulo, entre os dias 28 de agosto e 1º de setembro.

Para o evento, promovido pela ONG Artesol, que há mais de 25 anos atua para a salvaguarda do artesanato cultural brasileiro, Mestre Espedito Seleiro apresentou suas características peças em couro, trazendo sela, gibão, painéis decorativos e as famosas sandálias de couro com sola quadrada, inspiradas no modelo confeccionado por seu pai para o cangaceiro Lampião na década de 1930, contendo sua própria assinatura da utilização de couro colorido.

O Mestre cearense é atualmente um dos artesãos em atividade mais importantes e reconhecidos do Brasil, mantendo vivo o ofício familiar que teve início com seu bisavô. “Inspirado no vaqueiro, no cigano e na paisagem”, como descreve o próprio trabalho, o Mestre Seleiro possui uma assinatura característica marcante em suas peças, deixando claras as inspirações do cangaço nordestino brasileiro.

Também representante do Ceará, o artesão José Lourenço, um dos mais importantes xilógrafos do país, apresentou aos visitantes suas obras inspiradas nas histórias cearenses trazendo temas como a religião, a agricultura, o cotidiano e as festas e tradições, além de ilustrar a vida a as obras de personalidades locais, como Padre Cícero, sobre quem fez um álbum.

Dominando todas as etapas necessárias para a criação de um cordel, desde a tipografia até o entalhe da gravura e a impressão, Zé Lourenço, como também costuma ser chamado, é uma das principais potências criativas da Lira Nordestina, editora especializada na literatura de cordel com mais de 90 anos de atividade, reinventando os usos do estilo da arte e perpetuando sua força artística.  

Devido a qualidade de seus projetos, os dois foram selecionados pelos curadores da mostra, Josiane Masson e Marco Aurélio Pulchério, para apresentar suas obras ao lado de outros 13 mestres e coletivos vindos do Acre, Alagoas, Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais, Pernambuco e Piauí.